Nem sempre precisamos de fazer algo para podermos ultrapassar uma tempestade que nos saiu ao caminho; por vezes basta esperar que ela passe e que nos deixe o caminho livre.
Nem sempre precisamos de lutar contra um perigo que se aproxima de nós; há ocasiões em que é suficiente aquietarmo-nos e esperar que ele passe.
Há animais que perante um ataque iminente imobilizam-se de tal forma que parecem mortos e isso pode salvar-lhes a vida.
Um dia destes vi numa rua, entre as pedras da calçada, duas rolhas de cortiça que pertenceram a duas garrafas de vinho. Ao vê-las imaginei o vinho enquanto estivera retido, por elas, nas garrafas e a satisfação de quem o bebeu depois de ter sido solto.
Imaginei isto e lembrei-me de que, um pouco à semelhança de garrafas, também temos "vinho" dentro de nós. Esse "vinho" consiste em experiências, conhecimento, sabedoria e, uma vez solto, além de nos alegrar a nós, pode ajudar a alegrar alguém.
Soltemos, então, "o vinho" que há dentro de nós! Tiremos "as rolhas" que o têm impedido de sair! Deitemos fora os medos que nos têm oprimido!